Presidente Dilma classifica de ‘infeliz’ fala de Levy sobre desoneração da folha

"Se não fosse importante, já teríamos eliminado e simplesmente abandonado. Acho que o ministro foi infeliz no uso do adjetivo", comentou Dilma a jornalistas, pouco antes de participar da inauguração do Parque Eólico Artilleros, em Tarariras, no Uruguai.

Foto: Reprodução
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Um dia depois de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dizer que a desoneração da folha de pagamento foi “grosseira”, a presidente Dilma Rousseff disse neste sábado (28) que Levy foi “infeliz” na declaração e que a desoneração da folha é “importantíssima e continua sendo”.
Levy anunciou nesta sexta-feira (27) um pacote de aumento de impostos e redução de benefícios a empresas. O ministro fez críticas ao programa de desoneração. “A troca entre a folha e o faturamento não era muito vantajosa”, disse. Segundo ele, a “brincadeira” custou R$ 25 bilhões aos cofres públicos. “Se não fosse importante, já teríamos eliminado e simplesmente abandonado. Acho que o ministro foi infeliz no uso do adjetivo”, comentou Dilma a jornalistas, pouco antes de participar da inauguração do Parque Eólico Artilleros, em Tarariras, no Uruguai. “O ministro e todos os setores estão comprometidos com a melhoria das condições fiscais do País. A desoneração da folha de pagamento é uma realidade e nós garantimos que haja um reajuste nas condições”, declarou Dilma.

De acordo com a presidente, a desoneração da folha não é “simplesmente um instrumento de ajuste fiscal”. “É um instrumento que vai permanecer. Agora, em certas conjunturas, temos de reajustá-los, ou para cima, ou para baixo”, apontou. Questionada se o ajuste fiscal seria um reconhecimento do erros de gestão do primeiro mandato, Dilma respondeu: “Meu querido, quando a realidade muda, a gente muda”. Citou o exemplo da tarifa da energia elétrica, que vai subir em média, 23%, a partir da próxima segunda-feira (2). “A tarifa da energia decorre da chuva. Quando aumenta a chuva, diminui a tarifa, porque entra a energia hidrelétrica. Quando diminui a chuva, diminui a hidrelétrica e aí tem de contratar a térmica, e térmica é mais cara”, disse a presidente.

Na avaliação da presidente, o Brasil vai sair da crise “mais forte”. “O Brasil tem fundamentos sólidos. Passamos dificuldades conjunturais e isso garantirá que o Brasil saia em outro patamar, podendo continuar a crescer, garantindo empregos que nós criamos e garantindo renda que nós conquistamos”.

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